sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Diário de um repórter policial




I – Uma tartaruga chamada Justiça

 Depender dos outros não é fácil. Os outros, também conhecido como Zôto “depender do zôto”, são descendentes de uma raça inimiga a sua. Você precisa fechar uma matéria, e só depende de uma porra de uma informação:
- Alô, bom dia, posso falar com o promotor Carlos Correia?
- Bom dia, quem deseja?
- Celso (Quando o assunto é tenso melhor não revelar logo de cara que é do jornal)
- Celso de onde? – torna a perguntar como se todas as pessoas tivessem que ser de algum lugar. Dá vontade de responder que sou da fronteira Leste do Afeganistão, entre o Tajiquistão e a Kashimira.
- JORNAL TRIBUna do vale – Naquela entonação que começa forte e no final já vira quase que um suspiro.
- Só um minuto que vou verificar se ele pode atender.
Pronto, pode saber que o filho da puta vai estar em alguma reunião.
Resolvo desligar o telefone e ir ao fórum pessoalmente.
A situação era a seguinte: Recebemos uma denúncia de que uma senhora com sérios problemas de saúde, que ainda cuidava de um filho retardado estaria sendo maltratada por netos que ficaram com o dinheiro da aposentoria. Segundo vizinhos, é um quarto com bosta até o teto, imundície total.
Fomos até a casa em um bairro tipo Bronx. Meninos de bonés de aba reta empinando bicicletas BMX ao som de raps que vinham dos Opalas e Chevetes estacionados em frente a casa. O repórter fotográfico que me acompanhava conseguiu fazer algumas fotos escondidas.
Com as informações na mão, fomos até o fórum. O promotor novo, gente boa, nos encaminhou para uma mocinha para que ela nos ouvisse e fizesse o termo.
... Aí começou meu inferno astral. Já eram 16 horas e eu sem nenhuma porra de uma matéria escrita. Os ponteiros do antigo relógio cuco do fórum pareciam machados ceifadores.
Depois de escutar a história, a mocinha começou a digitar o documento relatando o fato. Meu Deus, o filme de terror começa. Naqueles dedos atrofiados e naquela cabeça de camarão estragada não existiam pontos, mas ela os compensava com vírgulas, muitas vírgulas, como se fossem orégano, ia salpicando sobre o texto.
Enfim, isso não é nada. O pior é que a mulher não sabia finalizar um ideia. O texto era algo do tipo: Na qualidade de repórteres, os mesmos foram até a casa da mesma, e os netos da mesma estavam maltratando da mesma, e o promotor Carlos pediu que a mesma lavrasse. PUTA QUE PARIU!!!!! VAI SE FUDER FILHA DA PUTA DO CARALHO, VOLTA PRA QUARTA SÉRIE E VAI APRENDER A ESCREVER SUA PUTA ANALFABETA DOS QUINTOS DO INFERNO!!!
Ela levou quase duas horas para escrever 15 linhas incompreensíveis.
Resultado: a pobre senhora deve estar comendo bosta até agora.
Um dia eu também quero ser o zôto e vou querer que todo mundo se foda.
Celso Felizardo Zôto.

2 comentários:

Felipe Campos Peres disse...

Huauhsuahsuhasuhauhsauh caralhoo mano que foda...engraçadao pra caralho celsão... essa saga de reporter policial vai ficar massa e fodida, como não poderia ser difereente... continue cvom isso mano!

Felipe Campos Peres disse...

auhsuhasuhasuhasuhasuh li de novo puta merda....

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