quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Obituário do Rock



Começa hoje o obituário do rock, onde vou prestar homenagem à 30 ícones do rock que fizeram a passagem para o outro lado. Neste dia 2 de fevereiro, faz 32 anos da morte de Sid Vicious, e 14 anos sem Chico Science. 

2/2/1979
Morre o baixista do Sex Pistols, Sid Vicious (John Simon Ritchie-Beverly, Londres, 10 de Maio de 1957 — Nova Iorque, 2 de Fevereiro de 1979). Ele foi encontrado morto no banheiro da casa de sua mãe, em uma festa após ter saído da prisão. Motivo: Overdose de heroína. Most people believe that his ashes were scattered on Nancy Spungen's grave in the King David Cemetery in Philadelphia. A maioria das pessoas acreditam que suas cinzas foram espalhadas sobre o túmulo de Nancy Spungen, no King David Cemetery em Filadélfia.



2/2/1997
Um acidente de carro mata Francisco de Assis França, mais conhecido como Chico Science (Olinda, 13 de março de 1966 — Recife, 2 de fevereiro de 1997), um dos principais colaboradores do movimento manguebeat em meados da década de 1990. Líder da banda Chico Science & Nação Zumbi, deixou dois discos gravados: Da Lama ao Caos e Afrociberdelia.


Abaixo, segue uma carta de Renato Russo, publicada no Melody Maker, da Inglaterra, sobre a morte de Sid Vicious. Na edição de 31 de março de 1979, quase um mês depois da morte de Sid Vicious, do Sex Pistols, o lamento de um certo Eric Russel foi escolhido carta da semana. Abaixo, a carta e a tradução.


"Acho que meu pai sabia, ele provavelmente viu na TV ou leu nos jornais, mas não me contou. Um amigo me disse e eu não acreditei. Tive que ligar para meu professor de violão e perguntar se ele tinha ouvido alguma coisa. Aconteceu numa sexta-feira, mas eu só soube da notícia domingo à noite. Nada me atingiu do jeito que a morte de Sid me atingiu. Chorei a noite toda, e era como uma espécie de grito, doloroso, não só por Syd, mas por tudo. Perdi completamente o controle de mim mesmo. Sabe, nada acontece aqui, nunca. Eu sempre recebo as notícias duas semanas atrasado. Não se lança nada de new wave (ou qualquer outra coisa boa que interesse) aqui, eu tenho que comprar importados no Rio. Tudo é discoteca, Travolta ou samba.

Quando a coisa do punk começou, eu e meus amigos entramos de cabeça porque alguma coisa estava acontecendo. Nos envolvemos com a música como não acontecia desde os Beaties e os Stones. Era diferente. Sid, John e o Clash, eram todos heróis. Eles pensavam do jeito que a gente pensava; nem mesmo o Airplane (Jefferson Airplane, grupo psicodélico formado em São Francisco, no auge do flower power) tinha batido tão perto em mim. Dava um certo medo, era como dividir alguma coisa, não era apenas ser um fã burro. (...) Ele morreu por causa do que era. E como Brian (Jones, guitarrista dos Stones), Jim (Morrison, vocalista dos Doors) e Gram (Parsons, ex-The Byrds, pioneiro do country rock que morreu em 1973, de uma overdose de morfina e tequila, em Joshua Tree, Califórnia), as pessoas só vão entender depois de alguns anos. Alguns vão esquecer, outros não, alguns já esqueceram, mas quando um herói éde verdade (eu digo herói mesmo), ele sobrevive. Aposto que alguém vai rir lendo isso. Pode rir, você não entende. (...) Eu cresci milênios de 75 para cá. Mas ainda tenho 18 anos. Vejo as coisas um pouco diferentes agora, e odeio... Mas vou passar por isso e não vou perder (ganhar) como Sid Vicious fez. E eu vou fazer por ele porque ele fez por mim.”

Eric Russel, Brasília (GANHADOR DO LP)

1 comentários:

Felipe Campos Peres disse...

"Alguns vão esquecer, outros não, alguns já esqueceram, mas quando um herói éde verdade (eu digo herói mesmo), ele sobrevive."
Celso, você não esqueceu. Bela busca cara, carta linda. O tal do e-mail (maravilhoso também) colocou um pau no cu da carta, que é uma pena. Muito bom, mano!

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